março 19, 2011

"Medo"

Acordou num pulo da cama. O quarto completamente escuro, ela procurou o interruptor pelas paredes enquanto caminhava lentamente. Tivera um pesadelo horrível, vira-se em um enorme circo rodeada de palhaços que tentavam toca-la, um circo com diversas músicas, tão estranhas como se rodassem um disco de traz pra frente.
Suas mãos estavam tremulase não se esquecia do olhar daqueles que a assustaram tanto. Pensou em voltar a dormir porém aquele pesadelo a aterrorizava. Seguiu até a cozinha e chegando já não se sentia a mesma, os copos no armario, a cortina semi-aberta como ela costumava deixar, o chão impecável. Tudo exatamente como deveria estar.
Ela observou tudo aquilo e os copos pareciam fora do lugar, a cortina semi-aberta lhe causava a impressão de que a observavam, o chão parecia coberto por água como que intencionalmente para derrubá-la. Ela parou alí na porta do lado de fora sem conseguir entrar.
"Eles esperam para que eu caia"
"Todos eles querem rir-se de mim" Pensava ela. Éra como se os palhaços tivessem alí escondidos, dentro dos armários.
Auqela louça lhe causava nojo, tudo naquela casa à aterrorizava, como se fosse uma grande mentira. Sentia vontade de fechar a cortina mas não podia se mover, um passo a frente e eles sairiam doa armarios. Resolveu vira-se e voltar para cama.
Caminhou com cuidado até o quarto, parecia um caminho interminavel embora morasse em uma pequena casa.
Sentou-se na cama, sem apagar a luz, tentando não pensar nos risos deitou-se e pensamentos estranhos a invadiram. Pensava nos filhos que dormiam no quarto ao lado, por um momento imaginou que os palhaços morassem lá com os pequenos, quase foi lá vê-los mas ao invés disso preferiu dormir, julgou estar se importando muito com um simples pesadelo.
Depois de horas adormeceu. Logo depois ouviu um barulho horrível, acordou assustada, éra apenas o despertador chegou a hora de acordar para a ridícula vida calma que levava. Levantou-se, acordou os pequenos. Antes parou um instante à porta do quarto deles, correu os olhos por lá como se procurasse os palhaços, ignorou a idéia.
Preparou o café como de costume, aprontou-se, segurou a mão dos filhos para se sentir segura e levou-os á escola.
Ao sair da casa sentiu um tremor pelo corpo e escutou o eco dos risos dentro da casa que ficara para traz e podia jurar que depois de algum tempo eles se repetiam dentro de sí.

3 comentários:

  1. Dentro de si era um espiral na qual o som progressivo de risadas provocava um abismo.

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  2. Poderia fazer parte do texto.
    Seria um final excepcional.

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  3. Navegando na net, encontrei o seu blog.

    Adorei os textos e acho que deve continuar escrevendo, você leva jeito.

    Um abraço!

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algumas paredes ainda não cairam.